Hiperautomação: quando a tecnologia toma decisões
A hiperautomação é uma tendência crescente e cada vez mais frequente na logística 4.0. Contar com uma cadeia de abastecimento hiperautomatizada envolve, em primeiro lugar, fazer uma completa transformação digital da logística e, em segundo lugar, deixar a tomada de certas decisões, que até agora correspondiam aos humanos, à inteligência artificial. O objetivo é ser mais eficiente nos processos graças à tecnologia e que as pessoas intervenham quando elas realmente trazem valor.
Mas, o que é realmente a hiperautomação e como afeta a logística e o resto da cadeia de abastecimento?
O que é a hiperautomação?
O termo hiperautomação foi criado pela consultora norte-americana Gartner (conhecida pelo seu Quadrante Mágico e onde a Mecalux aparece como empresa fornecedora relevante de SGA/WMS) para descrever a sofisticação da automação, destinada a ir além da automação robótica de processos ou RPA. O objetivo é criar sistemas completamente autónomos capazes de assumir tarefas muito mais exigentes, tal como prever futuros cenários ou a tomada de decisões complexas.
A hiperautomação, citada no relatório Gartner Top Strategic Technology Trends como uma das 10 principais tendências tecnológicas, parte da premissa de que qualquer processo empresarial que tenha tal possibilidade deve ser automatizado, enfatizando especialmente o processamento digital de todos os tipos de dados, estruturados e não estruturados.
Graças a ela é mais fácil impulsionar a transformação digital, uma estratégia que muitas empresas estão a realizar e que consiste em implementar novas tecnologias em todas as áreas de uma empresa para melhorar sua eficiência.
Diferença entre RPA e hiperautomação
A automação robótica de processos (RPA) representou um passo decisivo para a robotização de atividades no âmbito empresarial, especialmente no que se refere às tarefas administrativas. Trata-se de uma área que utiliza robôs de software para replicar e executar tarefas de caráter rotineiro e repetitivo anteriormente desenvolvidas por humanos, tais como extrair dados, preencher formulários, fazer cálculos, copiar, colar e renomear arquivos ou criar diretórios e pastas. Embora contribuam de modo significativo para agilizar e executar inúmeros procedimentos sem erros, não se deve perder de vista que esses robôs desenvolvem ações baseadas numa série de regras previamente definidas.
A hiperautomação é uma evolução do RPA, uma vez que se intensifica o nível de automação criando fluxos onde os robôs atuam com autonomia. Os robôs não se limitam a implementar ações seguindo instruções preestabelecidas, pois também assumem a responsabilidade de tomar diferentes decisões, o que exige aprimorar sua capacidade analítica e preditiva.
Por isso, a hiperautomação se baseia em integrar o RPA em tecnologias como a inteligência artificial (que possibilita que os sistemas digitais imitem a inteligência humana), o machine learning (que permite que as máquinas interpretem dados externos e aprendam deles para tomar decisões) ou o big data (que torna possível processar um grande volume de dados, estruturados e não estruturados).
Exemplos de hiperautomação na cadeia de abastecimento
No momento de aplicar a hiperautomação na cadeia de abastecimento é fundamental contar com um sistema de compilação e digitalização de dados para posteriormente executar uma ação determinada, de modo completamente autónomos, sem intervenção humana. Exemplos de hiperautomação potencialmente aplicáveis na cadeia de abastecimento:
- Back office: através de recursos como o reconhecimento ótico de caracteres (OCR) e da análise de textos, um robô pode processar documentos para extrair as informações relevantes do pedido de um cliente gerando de modo automático a ordem de picking correspondente. Soluções desse tipo representam uma autêntica oportunidade para acelerar e automatizar a gestão documental e administrativa na cadeia de abastecimento.
- Planificação da procura: através da compilação e da análise integral de dados como os históricos de vendas e outras variáveis igualmente relevantes, um robô poderia ser capaz de prever o comportamento da procura para, por exemplo, antecipar-se a situações indesejáveis como a rotura de stock. Desta forma, mantendo um controlo eficiente, preditivo e em tempo real, teremos um stock atualizado e ajustado às necessidades reais da empresa.
- Seguimento e entrega dos pedidos: a hiperautomação permitiria, por exemplo, informar com maior precisão a hora de entrega de um pedido ou avisar o cliente quando se prevê um atraso. Além disso, é capaz de otimizar a gestão de frotas de transporte de acordo com as informações atualizadas do tráfego.
- Organização do armazém: a digitalização da gestão do armazém permite automatizar e otimizar tarefas como o slotting (a atribuição de localizações da mercadoria). A partir de uma série de condições definidas antecipadamente (tamanho, rotatividade, tipo de stock, etc.), um software de armazém como o Easy WMS da Mecalux pode coordenar a localização dos produtos tomando a melhor decisão possível a cada momento e contribuindo para conseguir uma organização eficiente e sem erros.
Aplicada à cadeia de abastecimento, a hiperautomação incentiva a integração da tecnologia mais avançada para conseguir níveis de autonomia cada vez maiores, o que permite aumentar a eficiência de suas diferentes operações.
Vantagens de uma cadeia de abastecimento hiperautomatizada
As empresas que optam pela hiperautomação poderão contar com uma cadeia de abastecimento otimizada, disponível 24/7 e capaz de se antecipar às necessidades dos clientes. Detetar antecipadamente possíveis alterações inesperadas e ser capaz de reagir a tempo graças à análise preditiva, torna a cadeia de abastecimento altamente eficiente.
O uso de tecnologias tão avançadas como a IA ou o machine learning permite identificar padrões, oportunidades ou incidentes graças à análise de uma grande quantidade de dados (big data). Com a hiperautomação, os funcionários podem-se dedicar a outras operações que trazem um maior valor e que não sejam tão repetitivas, assim como podem controlar as decisões sugeridas pela própria tecnologia.
A hiperautomação também é uma excelente ferramenta para reduzir erros e custos operacionais. Permite acabar com os erros que se traduzem num importante custo agregado, tais como a falta de organização da mercadoria, stock desatualizado, desajustes no aprovisionamento ou a troca de informações ineficiente. Além disso, a hiperautomação promove um uso responsável e sustentável dos recursos da cadeia de abastecimento para reduzir o impacto ambiental.
Em suma, a hiperautomação logística permite manter a competitividade através da agilização de processos, a eliminação de erros e a redução de custos.
Robôs decisivos numa cadeia de abastecimento eficiente
A hiperautomação representa uma nova etapa na transformação digital da logística. A tendência é reforçar a digitalização dos processos e, por sua vez, automatizar tudo aquilo que possa ser automatizado, delegando inclusive certas decisões à tecnologia. Tudo isso com o objetivo de aumentar a produtividade e reduzir custos. Além disso, a hiperautomação reforça a flexibilidade e a escalabilidade ao permitir que qualquer empresa possa se adaptar a diferentes cenários.
No momento de automatizar um armazém e de optar pela digitalização dos processos é fundamental contar com a assessoria de um técnico que analise as necessidades da empresa visando encontrar a melhor solução para cada caso. A Mecalux é especialista em auxiliar empresas de qualquer setor a automatizar a logística através de soluções robotizadas de armazenagem e do Sistema de Gestão de Armazém Easy WMS da Mecalux. Não hesite em entrar em contato connosco para começar a desfrutar de um potente software que irá ajudá-lo a dinamizar o picking, determinar a estratégia de localização da mercadoria e otimizar a gestão do stock, entre muitas outras vantagens.