Como funcionam os robôs AGV

Os robôs AGV, são equipamentos de movimentação guiados automaticamente que surgiram em meados do século XX para agilizar o transporte de mercadoria nos armazéns e fábricas.

Esses veículos guiados automaticamente deslocam-se de forma autónoma, sem necessidade de serem dirigidos por operadores. Os robôs AGV podem ser classificados de acordo com o método utilizado para se mover: filoguiado, guiamento ótico ou mapeamento 2D são os mais populares.

O que é um robô guiado?

Os robôs guiados, também conhecidos como Automated Guided Vehicles (AGV, nas suas siglas em inglês), são veículos utilizados em ambientes logísticos e produtivos para mover mercadoria entre diferentes pontos do armazém ou linhas de montagem.

A principal característica destes equipamentos de movimentação é que eles não precisam ser manipulados por um operador, pois também se deslocam de forma autónoma entre dois ou mais pontos graças à aplicação de tecnologias que permitem ser guiados a laser ou visão artificial. Os robôs AGV caracterizam-se por se deslocarem através de um circuito previamente projetado, sendo capazes de transferir qualquer tipo de cargas.

No entanto, esta solução pode ser insuficiente em centros logísticos com um alto fluxo de mercadorias e que possuam circuitos de transporte permanentes. Nestes casos, soluções completamente automáticas como os transportadores para caixas ou os transportadores para paletes garantem um maior índice de movimentação de stock.

Nos últimos anos, surgiram os robôs AGV, conhecidos como veículos autónomos inteligentes ou AIV, equipados de tecnologia de inteligência artificial. São sistemas de transporte aptos para armazéns com uma grande necessidade de mover a mercadoria e que não têm rotas fixas.

Quando os robôs AGV são utilizados?

Os robôs AGV encarregam-se de tarefas logísticas como a distribuição de stock entre as diferentes áreas de armazenagem da instalação, assim como da carga e descarga de mercadoria nas áreas de recebimento ou expedição, entre outras funções. Ao poder transportar cargas pesadas, esta solução de transporte também é utilizada nas fábricas para levar peças de diferentes volumes para os espaços destinados às linhas de montagem ou produção. Algumas das suas aplicações mais comuns são:

• Carga e descarga de camiões: os robôs AGV podem exercer as funções de um empilhador ou outro equipamento de movimentação convencional. Por exemplo, estes robôs podem recolher ou depositar a mercadoria no camião de forma autónoma.
• Extração e localização de stock: os robôs guiados podem encarregar-se de situar os produtos nas localizações de armazenagem correspondentes ou de transferir a mercadoria para a área de preparação de pedidos. Essa movimentação de stock facilita um reabastecimento ágil e seguro das estantes e das estações de picking automatizadas, tanto para o produto quanto para os operadores.
• Interligação com a fábrica: os robôs AGV podem ser configurados para deslocar grandes volumes de carga, mercadoria pesada ou irregular. Tal característica permite que os veículos guiados automaticamente sejam comuns em armazéns situados perto da fábrica. Os veículos guiados automaticamente transportam a carga para as linhas de montagem ou produção, especialmente em indústrias como o setor automóvel ou aeronáutico.
• Distribuição para a montagem de kits: os robôs AGV não só podem mover mercadoria pesada, como também facilitam a distribuição de stock em armazéns com estações de kitting. Ao seguir uma rota pré-determinada, estes veículos autónomos agilizam o reaprovisionamento de stock nas diferentes estações de montagem de kits, distribuindo o stock nas quantidades exatas.

Os robôs AGV são utilizados em qualquer tipo de indústria, desde a manufaturação (por exemplo, em ambientes just-in-time, uma vez que abastecem as linhas de produção com produtos no momento certo) até ao setor alimentar e bebidas, indústria farmacêutica e química ou automóvel.

Como funcionam os robôs AGV?

Um robô AGV é composto, de forma geral, por cinco elementos fundamentais: um sistema de navegação, componentes de segurança, uma fonte de alimentação, um sistema de movimento e um controlador do veículo.

• Sistema de navegação: é a parte do robô AGV encarregada de receber e processar as informações para seguir a rota ou direção pré-determinada e dirigir o veículo. Existem vários tipos de navegação, como a guiada a laser, através de um fio condutor ou por direção magnética, entre outros.
• Componentes de segurança: cada robô AGV possui sistemas de segurança adaptados às suas funções, garantindo que os movimentos sejam executados nas máximas condições de segurança. Um exemplo de sistema de segurança seriam os scanners laser, que param o veículo quando houver um obstáculo na sua rota.
• Fonte de alimentação: os veículos de transporte autónomos têm uma bateria que fornece a energia necessária para os movimentos do equipamento de movimentação. Cada tipo de robô AGV possui uma bateria e uma solução de carga diferente, de acordo com as tarefas a desenvolver e as necessidades do armazém ou fábrica.
• Sistema de movimento: os robôs AGV integram inúmeros componentes que permitem o movimento do veículo e a execução das tarefas. Esta categoria inclui desde motores ou rodas até ao mastro ou o sistema hidráulico utilizado pelo robô para levantar a carga.
• Controlador do veículo: um controlador lógico programável (PLC na sua sigla em inglês) dirige o robô guiado, articula as informações recebidas dos softwares informáticos e facilita o movimento autónomo do veículo.

De qualquer forma, o movimento e o fluxo de trabalho dos robôs AGV dependem das ordens de um programa de categoria superior como o software de gestão de armazém, que coordena tudo o que ocorre no armazém e sincroniza as tarefas dos diferentes sistemas automatizados que operam na instalação.

Projetos bem-sucedidos com robôs AGV

O Sistema de Gestão de Armazém da Mecalux, o Easy WMS, controla a logística de qualquer tipo de instalação onde operam robôs AGV em todo o mundo.

Esse é o caso das instalações da Normagrup, empresa espanhola líder no mercado da iluminação de emergência. A empresa tem quatro veículos autónomos inteligentes que interligam as linhas de produção ao armazém automático para caixas, onde são armazenadas as matérias-primas. O Easy WMS estabelece comunicação com o software que dirige os AGV para notificar que um artigo saiu do armazém automático. Desta forma, um veículo pode recolher e levar o artigo para a linha de produção onde seja necessário. “Como todos os movimentos são automáticos, o armazém foi perfeitamente integrado aos demais processos robotizados da fábrica”, afirma a Normagrup.

Na Polónia, a firma biotecnológica Novartis também possui um armazém automático autoportante interligado às linhas de produção através de robôs AGV. O software da Mecalux encarrega-se de organizar a mercadoria no armazém e de garantir o seu envio às linhas de produção no momento adequado. Segundo Tomasz Marchewa, diretor da cadeia de abastecimento da Novartis, a razão para incluir robôs AGV é porque “a automação era uma prioridade para a Novartis, inclusive para o transporte interno”.

No entanto, a função mais recorrente da robótica AGV é o transporte interno de mercadoria no armazém. Este é o papel desempenhado pelos robôs guiados nas instalações automáticas da Clairefontaine na Alsácia (França): os empilhadores AGV movem a mercadoria entre as áreas de armazenagem e as áreas de recebimento, picking ou expedição. A instalação da Clairefontaine também utiliza o Sistema de Gestão de Armazém Easy WMS para controlar e coordenar todas as operações logísticas da empresa.

Robôs AGV, o movimento autónomo da mercadoria

Os robôs AGV são uma solução automatizada para dinamizar fluxos de stock entre as diferentes áreas de um armazém ou para interligar uma instalação logística a uma fábrica. De qualquer forma, a maior parte das soluções robótica AGV, exceto as que incluem inteligência artificial, devem seguir rotas e direções pré-determinadas.

Por isso, as soluções AGV podem ser complementadas com soluções automáticas que ofereçam um desempenho superior, como transelevadores ou transportadores ou, com robôs móveis autónomos (AMR), que percorrem a instalação sem necessidade de uma rota fixa. Caso esteja interessado em instalar soluções automáticas para melhorar o desempenho do centro logístico, não hesite em entrar em contato connosco. Um consultor especializado pode aconselhar de como tirar o máximo proveito da logística da sua empresa.