Armazéns inteligentes: da automação ao big data
Os armazéns inteligentes são centros logísticos que utilizam tecnologia de última geração para aumentar a eficiência em processos como o recebimento de mercadorias, o processamento de pedidos ou o armazenamento de produtos.
Com um volume global de mercado que atingirá os 27 bilhões de dólares até 2025, segundo a consultora Logistics IQ, esses armazéns converteram-se na opção das empresas que querem otimizar os seus processos.
Neste artigo analisamos o que são os denominados armazéns inteligentes, quais são os benefícios de implantar um centro logístico com estas características e a tecnologia que incorporam.
O que é um armazém inteligente?
O armazém inteligente, uma evolução do armazém automático, é uma instalação onde a maioria dos processos logísticos são executados por robôs ou equipamentos de movimentação automáticos, dirigidos por um software e complementados com tecnologias avançadas como o machine learning, a inteligência artificial, o big data, a realidade aumentada ou os sensores ligados de IIOT (Internet das Coisas Industrial).
Esse tipo de centro logístico, no âmbito da indústria 4.0 e das smart factories, utiliza as tecnologias de última geração para eliminar as tarefas mais repetitivas e permitir que os operadores foquem em operações que agreguem valor ao produto.
Além de substituir os equipamentos de movimentação convencionais, como os empilhadores elevadores por transelevadores ou inclusive por drones e robôs, os armazéns inteligentes operam sob o controle de um software de gestão de armazém (WMS). Trata-se de um sistema que se encarrega de dirigir os operadores e equipamentos de movimentação em processos como o recebimento ou o processamento de pedidos (entre muitos outros) otimizando, dessa forma, os recursos do armazém.
É um tipo de armazém formado a partir de quatro tecnologias-chave:
- Automação de armazéns
- Software de gestão de armazém (WMS) e outras aplicações, como ERP, SCA/WCS ou MES
- Sistemas de identificação por radiofrequência (RFID)
- Tecnologias disruptivas: blockchain, big data, AIOT, etc.
Benefícios (e desvantagens) de um armazém inteligente
Passar de um armazém convencional para uma instalação de armazenamento inteligente traz importantes benefícios para a logística de uma empresa. Os principais são:
- Otimização dos recursos no armazém.
- Aumento da produtividade (aumento de ciclos de extração e depósito de mercadorias).
- Ter um inventário permanente.
- Eficiência no processamento de pedidos (rotas de picking otimizadas).
- Maior fluidez nos processos logísticos.
- Melhoria da segurança para funcionários, sistemas de armazenagem e mercadoria.
- Aumento da capacidade de armazenamento da instalação.
- KPI logísticos atualizados em tempo real.
- Controle total do estado da mercadoria.
- Previsão da procura mais precisa.
- Rastreabilidade de produto automatizada e exaustiva.
No entanto, apostar nas últimas tecnologias num centro logístico também tem as suas desvantagens:
- Elevado investimento inicial, devido ao custo dos sistemas de armazenagem automáticos e à implantação de um WMS. Por isso, o retorno do investimento de um projeto dessas características oscila entre 4 e 7 anos, (dependendo do país e do setor), enquanto o ROI de um WMS não deveria superar os 18 meses.
- Custo em formação dos operadores, que terão que adaptar o seu trabalho para combiná-lo com os equipamentos de movimentação robotizados.
Em suma, as empresas incorporam progressivamente soluções automatizadas para converter o seu centro logístico num armazém inteligente. Apesar do esforço inicial, o constante controle do stock e a garantia de uma produtividade máxima permitem que essas instalações reduzam os custos logísticos para as suas empresas.
A automação do armazém
A marca distintiva de um armazém inteligente é a substituição do trabalho manual pelo robotizado. São inúmeras as soluções automatizadas que podem ser integradas num armazém: desde transelevadores para agilizar a extração e localização da mercadoria até robôs colaborativos (cobots) que acelerem os processos de picking. Vejamos os sistemas mais relevantes:
- Sistemas de armazenagem automáticos: esta categoria inclui todos os elementos que simplificam a extração e localização das unidades de carga nas estantes. Entre outros, cabe destacar os transelevadores para paletes, o Pallet Shuttle, o miniload para caixas ou, inclusive, os veículos AGV (filoguiados ou guiados a laser).
- Sistemas de transporte automatizado: soluções automáticas que aceleram a transferência dos produtos de uma área para outra do armazém. Por exemplo, os circuitos de transportadores para caixas ou paletes, os carris, os drones ou os robôs autónomos.
- Soluções para o processamento de pedidos: todos os sistemas automatizados que permitem que o operador agilize o picking. Nessa categoria estão englobadas desde soluções como o pick-to-light ou o voice-picking até braços robóticos ou estações de picking de alto desempenho.
Software no armazém inteligente
A implementação de um software logístico é essencial para garantir um controle integral do stock do armazém e, sobretudo, garantir a rastreabilidade do produto ao longo de sua passagem pela instalação, um atributo logístico cada vez mais procurado pelas empresas. Por isso, existem várias aplicações que, sincronizadas com o ERP da empresa, proporcionam eficiência a todos os processos. As principais são:
- Sistema de Gestão de Armazém (WMS): é o cérebro do armazém, uma vez que se encarrega de coordenar todos os processos que ocorrem dentro do mesmo, desde o recebimento de entradas até as ordens de saída. O Easy WMS, o Sistema de Gestão de Armazém da Mecalux, incorpora mais de 80 funcionalidades avançadas que vão desde a gestão de rotas de expedição até cross-docking ou wave picking.
- Sistema de Controle de Armazém (SCA): esta aplicação coordena as tarefas dos vários equipamentos de movimentação automáticos com as ordens do WMS. Portanto, é uma peça básica dos armazéns inteligentes, pois garante o correto funcionamento de toda a instalação.
- Manufacturing Execution System (MES): em armazéns inteligentes que possuam linhas de produção, este sistema informático facilita o sequenciamento das atividades de produção, a atribuição de tarefas para cada operador ou o controle da qualidade, tanto da matéria-prima utilizada quanto do produto final.
Sistemas de identificação por radiofrequência (RFID)
Nos armazéns inteligentes, os tags RFID são cada vez mais comuns como sistema de codificação de mercadoria, em vez dos tradicionais códigos de barras. Por quê?
O sistema RFID utiliza ondas de rádio para intercambiar informações, o que permite saber onde está localizado todo o stock sem a necessidade de ler as etiquetas individuais.
De qualquer forma, não é um requisito imprescindível para fornecer inteligência à instalação, pois um armazém automático pode funcionar perfeitamente com códigos de barras e, de facto, continua sendo assim na maioria dos casos.
Tecnologias avançadas: AIOT, big data e blockchain
Uma característica fundamental dos armazéns automáticos é a inovação, a busca e a implementação das novas tecnologias no âmbito da logística da empresa. Embora constantemente surjam novos conhecimentos que além do setor afeta também a globalidade da população, essas tendências são as que têm mais possibilidades de revolucionar o armazém:
- AIOT: a combinação da inteligência artificial e do IOT, que é a capacidade dos objetos se inter-relacionarem entre si sem a intervenção humana. Essa tecnologia favorecerá a implantação de armazéns sem operadores, como os dark warehouse.
- Big data: as técnicas de melhoria contínua são cruciais para garantir a competitividade de uma empresa. A compilação e análise dos procedimentos são primordiais para verificar quais deles têm capacidade de melhoria. Aplicativos como o Supply Chain Business Analytics ajudam o responsável logístico a aumentar o valor de suas operações graças à coleta e organização das informações de tudo aquilo que ocorre no armazém.
Armazém inteligente: otimização e produtividade para a nova logística
Os armazéns inteligentes nascem com a finalidade de proporcionar eficiência à logística das empresas, o que permite reduzir custos e aumentar os ciclos de entrada e saída de produto.
Por isso, cada vez mais empresas implantam sistemas de armazenagem automáticos e digitalizam seus processos, pois é a única forma de garantir a produtividade e o controle da rastreabilidade do produto.
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