'SKU velocity' e a localização eficiente da mercadoria no armazém
O conceito SKU velocity refere-se à velocidade de rotatividade de cada referência e é um KPI logístico normalmente utilizado para calcular a estratégia de distribuição de stock nas diferentes localizações do armazém.
Essa variável é essencial para traçar a estratégia de slotting, gestão de localizações no armazém, para maximizar a capacidade de armazenagem enquanto aumenta a eficiência nas operações.
O que é o ‘SKU velocity’?
O SKU velocity, cuja tradução literal seria velocidade do produto, descreve a frequência em que um SKU (do inglês, Stock Keeping Unit, ou referência do produto) é recolhido da sua localização. Ou seja, essa fórmula calcula a rapidez de movimentação do stock.
O processo de otimização da gestão de localizações começa por distinguir a velocidade de cada referência e determinar se os produtos se movem rápido (rotatividade A), a uma velocidade média (B) ou lenta (C), método de classificação ABC. É importante analisar a rotatividade dos artigos em diferentes épocas do ano para estabelecer a velocidade média, assim como em épocas de alta procura. É preciso considerar, além da sazonalidade, as possíveis ofertas ou promoções de vendas realizadas durante a temporada.
Como é calculado o ‘SKU velocity’?
Para calcular o SKU velocity, devemos obter a frequência de expedição de um produto. Contudo, para comparar diferentes referências entre si, é necessário uniformizar primeiro o intervalo de tempo em que a comparação é realizada.
Por exemplo, o SKU 001 vendeu 240 unidades em três meses e o SKU 002 vende 816 num ano. Se obtivermos uma média semanal, poderemos determinar que o SKU 001 tem um SKU velocity de 20 unidades/semana enquanto o SKU 002 de 17 unidades/semana. Portanto, o SKU 001 move-se com uma maior rapidez.
Análise e interpretação do ‘SKU velocity’
O SKU velocity é um fator-chave que é conhecido em logística como SKU profiling. Esse processo consiste em identificar e reconhecer o tipo de produto que deve ser armazenado em cada área da instalação, o que envolve um projeto adequado do layout do armazém, assim como a escolha correta dos sistemas de armazenagem e de transporte, tanto manuais quanto automáticos.
Em função da velocidade de rotatividade, cada referência é colocada numa área do armazém ou num sistema de armazenagem específico de acordo com as dimensões do produto ou a acessibilidade necessária, entre outras variáveis. Portanto, é recomendável armazenar os SKUs de rotatividade A em estantes que facilitem a ergonomia no picking e nas reposições, tais como as estantes de picking dinâmico. É comum fazer uma distribuição em coluna das estantes, de modo que os primeiros níveis, onde é mais fácil fazer o picking, depositem os produtos de maior rotatividade. Também é recomendável localizar os produtos de maior procura perto das áreas de expedição com o objetivo de reduzir movimentos e o tempo utilizado pelo preparador de pedidos.
Analisar periodicamente a velocidade do SKU, junto a outras métricas de armazém, tais como os dias do inventário, o stock mínimo ou o stock máximo, fomenta uma melhor distribuição da mercadoria para otimizar os processos logísticos que ocorrem dentro da instalação.
Vejamos um exemplo de como fazer essa análise dos SKUs baseando-se na sua rotatividade:
1. Calcula o valor de consumo de cada SKU:
Valor de consumo SKU = número de unidades vendidas por SKU x custo de unidade
| Produto | Número de produtos vendidos (anual) | Custo por unidade | Valor de consumo (anual) |
|---|---|---|---|
| SKU 001 | 40.000 | 5 R$ <12 | 200.000R$ <12 |
| SKU 002 | 40.000 | 5 R$ <13 | 200.000 € |
| SKU 003 | 5.000 | 5 R$ <14 | 25.000 R$ <14 |
| SKU 004 | 5.000 | 5 R$ <15 | 25.000 R$ <15 |
| SKU 005 | 5.000 | 5 R$ <16 | 25.000 R$ <16 |
| SKU 006 | 2.000 | 5 R$ <17 | 10.000 R$ <17 |
| SKU 007 | 1.000 | 5 R$ <18 | 5.000 R$ <18 |
| SKU 008 | 1.000 | 5R$ <19 | 5.000 R$ <19 |
| SKU 009 | 500 | 5 R$ <20 | 2.500 R$ <20 |
| SKU 010 | 500 | 5R$ <21 | 2.500R$ <21 |
2. Calcula a percentagem do valor de consumo de cada SKU sobre o valor total.
| Produto | Número de produtos vendidos (anual) | Custo por unidade | Valor de consumo (anual) | % de valor de consumo |
|---|---|---|---|---|
| SKU 001 | 40.000 | 5 R$<24 | 200.000 R$<25 | 40 % |
| SKU 002 | 40.000 | 5 R$<26 | 200.000 R$<26 | 40 % |
| SKU 003 | 5.000 | 5 € | 25.000 € | 5 % |
| SKU 004 | 5.000 | 5 R$ <28 | 25.000 | 5 % |
| SKU 005 | 5.000 | 5 R$ <29 | 25.000 R$ <29 | 5 % |
| SKU 006 | 2.000 | 5 R$ <30 | 10.000R$ <31 | 2 % |
| SKU 007 | 1.000 | 5 R$ <32 | 5.000 R$ <32 | 1 % |
| SKU 008 | 1.000 | 5 R$ <33 | 5.000 R$ <33 | 1 % |
| SKU 009 | 500 | 5 R$ <34 | 2.500 R$ <34 | 0,5 % |
| SKU 010 | 500 | 5 R$ <35 | 2.500 R$ <35 | 0,5 % |
| 100.000 | 500.000 R$ <37 |
3. Ordena e classifica os produtos de acordo com os dados obtidos. O Princípio de Pareto costuma ser utilizado para facilitar a localização do produto em cada categoria, ou seja, os produtos do tipo A representam 20% do stock, mas são responsáveis por 80% das vendas e têm uma maior rotatividade.
| Rotatividade | Produto | Número de produtos vendidos (anual) | Custo por unidade | Valor de consumo (anual) | % de valor de consumo |
|---|---|---|---|---|---|
| A | SKU 001 | 40.000 | 5 R$ <41 | 200.000 R$ <41 | 40 % |
| A | SKU 002 | 40.000 | 5 R$ <42 | 200.000 R$ <42 | 40 % |
| B | SKU 003 | 5.000 | 5 R$ <44 | 25.000 R$ <44 | 5 % |
| B | SKU 004 | 5.000 | 5 R$ <45 | 25.000 R$ <45 | 5 % |
| B | SKU 005 | 5.000 | 5 R$ <46 | 25.000 R$ <47 | 5 % |
| C | SKU 006 | 2.000 | 5 R$ <48 | 10.000 R$ <48 | 2 % |
| C | SKU 007 | 1.000 | 5 R$ <49 | 5.000 R$ <49 | 1 % |
| C | SKU 008 | 1.000 | 5 R$ <51 | 5.000 R$ <51 | 1 % |
| C | SKU 009 | 500 | 5 R$ <52 | 2.500 R$ <52 | 0,5 % |
| C | SKU 010 | 500 | 5 R$ <53 | 2.500 R$ <54 | 0,5 % |
| 100.000 | 500.000 R$ <55 |
Nesse sentido, as empresas ficam obrigadas a analisar periodicamente esse dado com o objetivo de distribuir os produtos nas localizações de acordo com a sua rotatividade: os de rotatividade A são colocados mais perto das docas de carga, dessa forma, os operadores percorrem menos distâncias, enquanto os de menor rotatividade são situados nos níveis superiores.
A medição do ‘SKU velocity’
O cálculo manual da rotatividade dos produtos permite apenas que o chefe de armazém tenha uma imagem momentânea da rotatividade dos seus produtos, sem considerar outras variáveis como os possíveis picos de procura ou a sazonalidade de certos produtos. A progressiva heterogeneidade no número de referências do armazém também multiplica a complexidade do cálculo periódico de rotatividade do produto.
Nesse contexto, um software de gestão de armazém (SGA) automatiza o cálculo do SKU velocity para traçar a estratégia de localização ideal, utilizando os atributos logísticos de cada produto, dimensões, peso, grupagem, entre outros. Para tal, é essencial a correta parametrização do software no armazém, configurando convenientemente o layout, a posição exata dos sistemas de armazenagem, tanto manuais quanto automáticos, assim como os fluxos de trabalho e mercadoria.
Um software como o Easy WMS, o SGA da Mecalux, se adapta à estratégia de localização do produto determinada de acordo com os critérios e regras de localização pré-estabelecidos pelo responsável do armazém. Por isso, esse programa otimiza o slotting de cada área de armazenagem da instalação. A menos que expressamente indicado pelo responsável logístico, o software só moverá o stock entre as localizações da área designada, não movimentando mercadoria, em caso algum, entre subarmazéns.
Além disso, o Easy WMS possui a funcionalidade avançada Software de slotting para armazém, um módulo que permite analisar periodicamente o SKU velocity para maximizar o desempenho das localizações no armazém, ao trazer os produtos com maior rotatividade para os espaços de armazenagem mais próximos das áreas de expedição. De fato, o software avalia os benefícios estimados de colocar cada referência na sua localização mais adequada. Esse cálculo é obtido somando a diferença das distâncias, localização atual e recomendada, pela velocidade habitual de picks diários, dividindo-se posteriormente a soma entre o número habitual de linhas nas ordens.
O programa sugere constantemente novos slots para o stock, priorizando aqueles SKUs de maior velocidade a cada momento. Consequentemente, o módulo atribui uma localização vazia que se converte num buffer slotting, ou seja, um espaço onde armazenar temporariamente a mercadoria antes de colocar cada referência na sua nova localização.
Velocidade do SKU: garantir a eficiência das referências mais valiosas
Verificar a velocidade de rotatividade de todas as referências localizadas no armazém ajuda a uma gestão de localizações eficiente, adaptando as operações ao volume da procura de cada produto.
Apesar de existirem diferentes formas de calcular a velocidade do SKU, a progressiva heterogeneidade do armazém impossibilita a gestão do cálculo periódico da rotatividade de referências. Por isso, um software como o Easy WMS da Mecalux é a ferramenta ideal para calcular esse dado e tomar decisões a partir do mesmo.
Com esse objetivo, o Easy WMS possui a funcionalidade avançada Software de slotting para armazéns, que sugere constantemente novos slots para cada referência em função da velocidade. Se estiver interessado em digitalizar os seus processos para garantir um controlo do stock e uma otimização da gestão de localizações eficiente, não hesite em entrar em contato connosco. Um dos nossos especialistas irá aconselhar sobre a melhor solução para gerir o seu armazém.