Armazém pequeno: o que fazer quando falta espaço?
Um dos maiores desafios que um chefe de logística enfrenta é como aproveitar cada centímetro de um pequeno armazém. O aumento dos preços no mercado imobiliário inviabiliza, em muitos casos em âmbito económico, a expansão como solução para um armazém pequeno. No entanto, às vezes, a progressiva falta de espaço oculta uma gestão ineficiente.
No nosso artigo, analisamos as causas frequentes que geram a falta de espaço e propomos opções para aproveitar a superfície disponível e continuar a gerir um armazém que se tornou pequeno.
Os sinais de um pequeno armazém
Destacamos alguns dos sinais que indicam que o armazém está a aproximar-se do seu limite de espaço:
- Ter mais de 85-90% da capacidade total de armazenagem ocupada continuamente: falar sobre o armazém estar cheio geralmente é uma faca de dois gumes. Embora do ponto de vista dos custos de armazenagem, o objetivo final seja aproveitar ao máximo as instalações, isso também pode reduzir a flexibilidade nas suas operações. Com esse nível de ocupação, o armazém não será capaz de reagir a um ligeiro aumento no stock.
- Existem incidentes na gestão das referências: podem ocorrer porque um tipo de estante ou uma locação específica está cheia ou porque outras áreas do armazém estão a ser utilizadas como espaço de armazenagem permanente improvisado (corredor, pré-cargas, área de manutenção, entre outras).
- Aumenta constantemente o número de pedidos pendentes ou backorders (pedidos em atraso): são os pedidos que o armazém recebeu, mas que não podem ser atendidos devido a incompatibilidades no stock. Isso afeta a taxa de cumprimento de remessa e aumenta os tempos de ciclo interno do produto.
Causas da falta de espaço no armazém
Os fatores que fazem com que o armazém se torne pequeno podem ser muito variados. Os mais frequentes costumam estar ligados a mudanças comerciais, como aumento de vendas, expansão internacional ou maior aquisição de mercadorias para fins comerciais.
No entanto, a falta de espaço de armazenagem também pode ser causada pelo surgimento de novos modelos de negócio digitais. Se a sua empresa começar a gerir pedidos on-line e adotar um modelo omnichannel, o armazém terá que se adaptar, reservando espaço extra para um picking mais complexo e para uma gestão intensiva de devoluções.
E se não for apenas uma questão de metros quadrados?
A má gestão das instalações também pode prejudicar em que o armazém se torne demasiado pequeno. Nesse sentido, destacamos duas das causas mais comuns:
- Espaço mal distribuído ou desenho do armazém desatualizado: normalmente, os armazéns são projetados considerando fluxos específicos de mercadorias, um determinado número de SKU ou referências com determinadas características. No entanto, com cadeias de abastecimento cada vez mais voláteis e níveis de serviço mais exigentes, a mudança pode ocorrer mais cedo do que o esperado. O resultado é que a distribuição de espaço no armazém se torna desatualizada à medida que o mercado avança mais rápido do que a própria infraestrutura física.
- Excesso de stock de mercadorias: é comum as empresas priorizarem os produtos com maior rotação nas suas políticas de compras. No entanto, a efervescência das vendas de produtos A (alta rotatividade) pode prejudicar o armazém se o espaço reservado para eles não for otimizado. Também é possível que ocorra o contrário: excesso de mercadoria com pouca rotação devido a stocks de segurança superdimensionados ou porque a previsão de vendas sofreu desvios (efeito chicote).
Ideias para maximizar o espaço atual do armazém
A forte procura por espaço de armazenagem nos últimos anos fez subir os preços dos terrenos, especialmente em torno de grandes áreas urbanas. De fato, nos Estados Unidos, a disponibilidade de armazéns está no seu ponto mais baixo desde 2000, com apenas 7% de espaço disponível (3 pontos a menos que em 2014), segundo dados da imobiliária CBRE. Em Espanha, algo semelhante acontece nos principais polos logísticos do país (Madrid, Barcelona e Valência), segundo a reportagem de Savills Aguirre Newman.
Portanto, se expandir ou mudar para um armazém maior não for uma opção, como podemos obter mais do espaço que temos?
- Redesenhar a planta do pequeno armazém e avaliar as possibilidades de automatização
Organizar o plano de um pequeno armazém é um trabalho de pura precisão. O primeiro passo para desenhar o layout de um armazém é medir exatamente o espaço de trabalho real disponível, subtraindo a área ocupada por elementos arquitetónicos como colunas, paredes, portas... A partir daí, a análise recai sobre o inventário: é fundamental saber quais produtos são movimentados (número de SKUs, volume e peso), para onde são movimentados na instalação e com que frequência (fluxos de entrada e saída do armazén).
Este estudo é necessário para avaliar alternativas que consigam articular o espaço disponível num armazém com dimensões reduzidas. Uma solução que dá muito bons resultados é automatizar parte da operação, em especial, aquela que regista o maior número de repetições e se mantém estável ao longo do tempo.
Nesse sentido, sistemas automáticos como os miniload ou transelevadores para paletes permitem concentrar referências e eliminar espaço dedicado aos corredores. Por exemplo, a Mecalux projetou um armazém automático para a Trumpler com capacidade para 2.512 paletes em apenas 840 m² de superfície
- Avaliar outros sistemas de armazenagem alternativos
Aumentar a densidade de armazenagem ajustando o tipo de estante é outra opção que resolve o fato de o armazém ser pequeno em relação ao número de ciclos. Os porta-paletes convencionais apresentam grandes vantagens em termos de acessibilidade às mercadorias, mas atingem uma densidade de armazenagem inferior à dos sistemas de armazenagem compacta.
Hoje existe uma grande variedade de estantes compactas, sejam eles sistemas dinâmicos ou standard, que permitem operar com diferentes níveis de movimentação de mercadorias. Além disso, como vemos no caso do armazém da Aceites Toledo, a sua combinação com o Pallet Shuttle significa que a produtividade do armazém não é afetada.
- Melhorar a gestão de stock com um WMS
Um pequeno armazém pode ser muito complexo do ponto de vista de gestão de stock, da mesma forma que um armazém pode se tornar muito pequeno devido à má gestão do inventário. O software de gestão de armazém é essencial para resolver ambas as situações e obter o máximo da capacidade de armazenagem.
Um sistema de gestão de armazém como o Easy WMS organiza os movimentos da mercadoria e regista os dados em tempo real. Como isso ajuda a otimizar a capacidade de armazenagem? O WMS permite:
- Ajuste os critérios de localização de stock: esse software é essencial para a gestão eficaz do espaço. Só com ele, por exemplo, é possível implementar um sistema de armazenagem aleatória que limita ao máximo os espaços vazios. Desta forma, aumenta-se a capacidade efetiva do armazém mantendo a agilidade nas operações, uma vez que o WMS organiza de forma otimizada os fluxos de trabalho dos operadores.
- Acelere a realização de inventários para detetar produtos obsoletos ou desajustes nos registos de SKU.
- Gestão de reposição coordenada: desde o departamento de compras pode-se programar a reposição de stock de forma mais próxima à disponibilidade de espaço, evitando sobrecarregar a instalação.
Adicione metros cúbicos ao armazém
No período entre 2012 e 2017, o tamanho médio dos armazéns construídos aumentou mais de 140% nos Estados Unidos, segundo dados da imobiliária CBRE. Mas como um armazém pode crescer em metros cúbicos?
- Ao optar pela construção de armazéns autoportantes: as estantes constituem a estrutura do próprio edifício e, em combinação com os sistemas automáticos, podem ser erguidos armazéns que ultrapassam os 40 metros de altura.
- Equipar o armazém com estantes mais altas: deve-se considerar o impacto que terá nos equipamentos de movimentação - tais como os empilhadores - e no picking.
- Incluir plataformas: no armazém de manutenção da Saint-Gobain, por exemplo, o espaço superior das docas de carga foi utilizado para instalar uma plataforma para produtos de pequenas dimensões.
- Contratação de armazéns temporários, se a falta de espaço for consequência de uma sazonalidade acentuada, como a que ocorre na logística do e-commerce.
O desafio de viver com falta de espaço de armazenagem
A internacionalização e os novos hábitos de consumo criaram cadeias de abastecimento complexas que exigem mais espaço de armazenagem em todos os níveis. As perspectivas futuras indicam que essa tendência irá continuar e será normal que o armazém se torne demasiado pequeno de vez em quando.
Se detetou que a sua instalação de armazenagem tem cada vez mais dificuldades em responder com eficiência às necessidades de espaço, entre em contato connosco: analisaremos a sua situação e ajudaremos a otimizar o armazém.